Receber pedidos para fazer relatórios em prazos curtos é algo que provavelmente já aconteceu com você. Mas você sabia que fazê-lo nesse contexto pode te prejudicar?? Vem com a gente e entenda o porquê!
Para que serve um relatório?
O relatório é um instrumento de atuação que serve para fornecer uma análise e um posicionamento profissional em relação a um caso. Se a função do relatório é de demarcar de forma embasada um posicionamento, uma análise, a/o profissional que vai escrever o relatório precisa ter elementos suficientes para escrevê-lo.
Isso significa que a/o profissional precisa ter realizado um trabalho anterior que seja suficiente para fazê-la/o chegar a um posicionamento técnico. Como trabalho anterior suficiente entende-se, por exemplo, a realização de atendimentos individuais, oficinas, grupos, visitas domiciliares ou outras atividades que possibilitem que você chegue a um posicionamento técnico embasado.
Mas o que acontece na prática...
Quando paramos para observar de perto o contexto em que o/a profissional vai escrever um relatório, percebemos que é muito comum que estes/as escrevam na correria, porque algum outro profissional solicitou. Porém, se você profissional não tem ainda elementos suficientes para defender um posicionamento, ainda não tem dimensão profunda do caso, escrever um relatório pode gerar muitas complicações.
Complicações estas que podem tanto prejudicar os sujeitos de direito que você atende, quanto a você profissional. Pense assim: imagine que você vai escrever um relatório sem ter muita noção acerca do que de fato envolve o caso, sem ter pleno conhecimento dos aspectos dele e sem ter embasamento adequado para defender um posicionamento. O que facilmente pode acontecer nessa situação é você afirmar algo que na verdade ainda não pode ser afirmado com certeza, ou deixar de lado uma informação que é cruciais para pensar o caso, gerando em ambos os casos desfechos que não condizem com as reais demandas dos sujeitos atendidos e que, por sua vez, podem condenar o futuro destes sujeitos a ações e medidas inadequadas.
Agora pensemos mais um pouco: imagine que você escreveu um relatório neste contexto, e que você acabou afirmando algo que na verdade você não possuía elementos suficientes para afirmar, o que resultou em um prejuízo para a pessoa que você atendeu. Se esta pessoa tiver plena consciência de seus direitos e fizer a coisa certa, ela poderá entrar com um processo legal contra você afirmando comportamento antiético em relação ao caso. E ela estará correta, já que você terá falhado para com seus compromissos ético profissionais.
O fazer então?
Se um dia você se pegar nesta situação de ter que fazer um relatório que porém você ainda não possui elementos suficientes para escrever, peça dilação de prazo.
Dilação de prazo, em relação a confecção de relatórios, é uma prorrogação de data para sua entrega, tendo em vista que ele não poderá ser produzido adequadamente em menos tempo. Esta é uma ferramenta jurídica que lhe fornece a possibilidade legal de tomar mais tempo para fazer o relatório solicitado.
Lembre-se sempre!
Somos responsáveis por aquilo que escrevemos e assinamos em nosso exercício profissional! Então nunca se arrisque a escrever algo que você não possui embasamento técnico profissional para escrever. Lembre-se de seu compromisso ético para com quem você atende!
Comments